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Quantas vezes você usou sua roupa de sair?

Quantas vezes você usou sua roupa de sair?

Na minha infância e até início da vida adulta eu tinha “roupa de sair”. Não sei se na sua casa era assim, mas lá em casa,  “roupa de sair” era algo controlado. Minha mãe não deixava usar a roupa de sair para ir para escola ou ir brincar na rua. A roupa de sair era para ir a um aniversário, uma festa. Então essa roupa sempre estava boa, sem manchas, sem furos.

E quando digo roupa de sair é no singular mesmo, porque eu era pobre e tinha somente uma. Inclusive eu achava que isso era algo que só tinha na minha casa por termos pouca grana.

Um dia desses, conversando com a minha esposa que veio de uma família com condições melhores que a minha, ela me contou que também tinha a roupa de sair. E que não só tinha uma roupa de sair, como também que às vezes ela ganhava doces das tias que moravam no Japão e os guardava na gaveta da cômoda como tesouros. Por vezes os doces estragavam, os chicletes já estavam esfarelando e ela nem tinha comido pois estava guardando eles.

Toda essa conversa um dia surgiu quando minha filha estava com três anos. Ela ganhava algo e já queria usar no mesmo momento. Principalmente vestidos. E ela queria usá-los exaustivamente. Quando ela ganhava um vestido novo, ela queria usá-lo todo santo dia. E um dia me peguei dizendo:

“Esse vestido para ir no parquinho não, guarda esse vestido para usar depois.”

E minha esposa disse: “Pode deixar ela usar, se não usar agora vai ficar pequeno logo. Quantas vezes você usou suas roupas de sair?”. 

Assim minha filha acaba usando, diga-se de passagem toda feliz, infinitas vezes a mesma roupa, inclusive para ir a uma festa.

Minha filha com uma roupa se sair no parquinho e a mesma roupa realmente “saindo”.

Me fez refletir que eu realmente usei pouquíssimas vezes minhas roupas de sair. Ficavam pequenas e ainda estavam em perfeito estado, parecendo novas. E no fim, minhas melhores roupas iam para outras pessoas novinhas em folha por que eu não podia usá-las sempre.  

Talvez tenha sido a roupa de sair que cultivou em mim o hábito de “guardar”, de “poupar” as coisas que eu gosto.

Uma caneta, uma mochila, um sapato melhor. Eu tinha até dó de usar

Conversando com muitos profissionais da saúde, de diversos lugares do Brasil, que vem estudar Neuromodulação comigo eu percebo que alguns também têm esse mesmo comportamento. O da roupa de sair.

Eles estudam a Neuromodulação, eles entendem como fazer, como ela funciona, eles se apaixonam pelos seus benefícios, pelos seus resultados, muitos estão cheios de pacientes com indicação, já até tem o equipamento mas eles ficam “guardando” essa ferramenta para uma ocasião especial.

Sem às vezes nem oferecer o tratamento para o paciente, sem dar a oportunidade do paciente receber o que há de melhor!

E eu percebo que, os profissionais que deslancham Neuromodulação, são os que a utilizam como a roupa do dia a dia.

Eles contam com ela na sua rotina, ela passa a integrar a sua terapia diária. Para esses profissionais, ela não é um plus, nem uma alternativa, não é roupa de sair. Ela faz parte do uniforme!

Ela é usada em todos os casos – obviamente os que possuem indicações– e assim eles colhem os resultados com mais satisfação não somente para os pacientes, mas também para eles.

Então meus caros neuromoduladores e futuros neuromoduladores, vistam a Neuromodulação como roupa do dia a dia, usem-na como seu uniforme!

Não precisa guardar ela para uma ocasião especial. Pois sabe o que será especial de verdade?

O resultado que vocês verão dia após dia nos seus pacientes.

A realização profissional que vocês irão sentir diariamente!

Aproveite e me conte aqui embaixo, na caixa de comentários, se você também tinha “roupa de sair” e qual era a sua.

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